Que me perdoem os RHs

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Stress

Cara, que chato receber um professor de sociologia na sala de aula! De forma geral, eles vinham falar sobre marxismo, positivismo, capitalismo, socialismo, revolução industrial, proletariado e blablablá! Bom, é óbvio que para um adolescente que cursava o colegial ou até mesmo para um calouro de faculdade que nunca viu utilidade em tais assuntos, pautas como essas soavam, no mínimo, como artifício de quem quer encher linguiça!

Humildade

O tempo passou e hoje admito: quanta ignorância a minha! Conforme eu dissertei no artigo “(Des)vantagem competitiva”, o aluno é muitas vezes alvoroçado, empolgado e muitas vezes subjuga a necessidade de certos conhecimentos básicos que seu mestre tem a lhe passar, até que depois de certo tempo, ele vai ver que tudo faz(ia) sentido. O porém disso, é que quando essa hora chega, é quase certo que seu tutor não vai mais estar por perto, restando assim a eterna gratidão. Sendo assim, muito obrigado a todos os meus professores que contribuíram para a minha jornada com seus ensinamentos!

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Voltando à importância da sociologia (hehehe), saiba que a melhor forma de aprender é errando, ainda mais quando se aprende com o erro dos outros e isso você consegue perfeitamente olhando para as situações que vivenciou no passado. Só um detalhe: você não precisa necessariamente ter vivido isso na pele, basta consultar os registros feitos em livros, filmes, documentários, etc. Como sei que isso também pode soar um pouco chato para você, eis que vou tentar resumir: com a chegada da indústria, o que era feito de modo unitário pelo artesão passou a ser feito em larga escala; muito do que levava dias para ser feito pelo homem comum, passou a ser produzido em horas ou minutos pelas engenhocas dos primeiros capitalistas daquela época, que agora tinham como objetivo nada mais nada menos, do que ganhar dinheiro. Sacou?

Como eles precisavam de gente para fazer operar as suas máquinas, passaram a recrutar operários, ou simplesmente empregados. No entanto, para que esses operários pudessem desenvolver o (novo) ofício, eles precisavam ser treinados. Nasciam aí as primeiras oportunidade de negócio para quem queria ser parceiro dessas indústrias: as escolas de cursos profissionalizantes. Com o passar do tempo, nasciam outras necessidades nas empresas (aliás, nos patrões): além dos operários, elas precisavam de pessoas que, por exemplo, pudessem vender os seus produtos e serviços. Daí veio a necessidade de gente bem relacionada, com espírito de liderança, que entendesse do comportamento humano, além de especialistas em finanças, marketing, gestão, etc., até chegar a hora em que foi preciso terceirizar a escolha desses profissionais com alguém que pudesse filtrar os melhores profissionais da (alta) demanda já existente. Eis que vieram os especialistas em Recursos Humanos (RHs).

As competências dos RHs

Os RHs, com a missão de ajudar as empresas (aliás, os empresários) a contratarem os melhores profissionais do mercado, aperfeiçoa(ra)m as suas anuncio ed btécnicas de avaliação através da coleta de currículos, entrevistas, dinâmicas de grupo e até mesmo de testes psicológicos para avaliarem se o tal candidato é adequado para ocupar a vaga disponível nas empresas. Nada mais justo: para que ele possa ser contratado, a empresa precisa ter lucro e para que ela tenha lucro, a “engrenagem” dela precisa vender. Se o funcionário não tem as competências necessárias para ajudar a tal engrenagem a vender, a empresa não tem lucro e, se ela não tem lucro, ela não tem como contratar funcionários e, como resultado disso, não tem emprego.

Resultado

Educadamente, muitos RHs disseram que iam me ligar ou mandar um e-mail para dizer se sou apto para trabalhar em certas empresas, no entanto, até hoje espero uma resposta. Pois é, há mais de 10 anos eu sou desempregado, afinal eu não tenho mais a minha Carteira de Trabalho assinada por nenhum patrão.

O tempo passou e hoje eu me pergunto: pensando bem, quem disse que isso é um problema?
Faça, que acontece!

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