Embora pense que você compra coisas porque vai adorar possuí-las e usá-las, na verdade toda essa sua necessidade primária está travestida de uma outra maior: a de seduzir. Não é de agora que se sabe que os seres humanos evoluíram em grupos sociais onde a imagem e o status têm importância primordial, não só para sobrevivência, mas também para atrair parceiros, impressionar amigos e criar filhos. Partindo desse princípio, fica cada vez mais claro que a grosso modo, você não compra o que compra para si, mas para os outros. Não que você vá dar tal objeto adquirido a um terceiro (a não ser que você queira), porém, mesmo que de forma inconsciente, o que você pretende é comprar produtos impressionantes para se projetar, se igualar ou se diferenciar e, consequentemente, seduzir aqueles que fazem parte do seu convívio social.
Numa era onde o consumismo desenfreado é cada vez mais incentivado pela publicidade – onde se vê não apenas um mundo perfeito, mas desejável – é perceptível que a constante aquisição de bens de consumo já não é mais tida como algo dispensável, mas muito necessário. Hoje, nas redes sociais (não muito diferente do mundo da propaganda), as pessoas ornamentam o seu mundo para criar uma disputa para mostrar o quanto são mais felizes, mais bonitas, mais apreciadas e mais bem-sucedidas em relação a outras, mesmo que embora nem sempre seja essa a realidade. Algumas exibem as suas roupas novas, outras as viagens que fazem, outras os lugares que frequentam e outras preferem ostentar diretamente no mundo real aquilo que conseguem comprar com os seus rendimentos.
Não estou de modo algum criticando tais comportamentos, pois dentre as várias necessidade que todo ser humano tem é de se apreciado, valorizado, admirado e estimado (por si mesmo e pelos outros). Isso é o alimento da alma, da mesma forma que a comida o é para o corpo. No entanto, os mesmos merecem ser ponderados, quando começarem a refletir, não só na saúde psicológica, mas financeira do indivíduo.
O senso comum tende a apontar como rica aquela pessoa que pode comprar as melhores coisas, os melhores produtos, pagar pelos melhores serviços e, dependendo de quem seja o simples mortal, muitos que não conseguem se equiparar no mesmo padrão social do dito cujo tendem a admirar ou invejar, muito embora a segunda opção seja tida como a primeira travestida. O porém disso tudo é quando se quer acompanhar a todo custo um padrão que não lhe diz respeito. Sei de gente que se gaba de ter o celular de última geração, mas sequer tem crédito para fazer ligações; indivíduos que ostentam um grande carro e mendigam combustível; pessoas com uma casa enorme e sequer, têm o que comer. Ora, rico não é necessariamente aquele que mais gasta dinheiro e sim, aquele que mais tem; é aquele cujas receitas são maiores que as despesas e por esse motivo consegue viver sem ter que se preocupar com a dívida que está chegando no final do mês. No artigo “Na pindaíba” eu já falei que mesmo alguns que aparentam ter uma “vida boa” podem estar na pior situação financeira, já que precisam manter as aparências a todo custo e por isso fingem estar tudo bem. Falo também que não é de se admirar que mesmo alguns “ricos” não passam de míseros pobretões que estão desesperados para não perderem os bens que “conquistaram” para o banco.
Portanto, antes de pensar em sair por aí seduzindo as pessoas com as suas posses, sugiro que você pondere os seus custos, principalmente os desnecessários e aqueles que são marcados por longas parcelas no cartão de crédito e demais modalidades de financiamento, pois é como diz o ditado: “um dia a casa cai” e, se ela cair, não vai ser legal vê-lo na lama.
Faça, que acontece!
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