Em-pre-en-de-do-ris-mo – oh, palavrinha difícil, hein! Para piorar, muito do que se vê na mídia são dois extremos: ou pessoas bem sucedidas e endinheiradas nas suas grandes instalações, repletas de funcionários, maquinários, equipamentos, estoques e uma imensa estrutura ou indivíduos fracassados, falidos, endividados e mau humorados.
No meu artigo Seja cético, eu falo sobre o risco que corremos ao abraçar cegamente uma causa, sem conhecer o real teor da mesma e por esse motivo eu sugiro que você leia este artigo fazendo uso do pensamento crítico. Não é porque eu digo uma coisa que ela deve ser levada a cabo e a rabo, assim como qualquer outra publicação, minha ou de qualquer outro autor. Seja cético, questione, duvide, avalie, pondere! Beleza? Pois bem, vamos voltar ao assunto.
Uma coisa que me incomoda no termo “empreendedorismo” é que de modo geral ele foi estereotipado dentro daqueles padrões que mencionei no primeiro parágrafo e claro, isso se deve a uma série de acontecimentos históricos que, se formos puxar a fio, começou praticamente lá no século 18, com a Revolução Industrial e por esse motivo, até entendo que seja meio difícil se desvincular desse arquétipo criado pelo sistema corporativista, que estampa um cenário composto pela tríade Patrão x Máquina x Empregado.
No entanto, é importante nos atentarmos para a essência do que é empreender e para isso não se faz necessário nos aprofundarmos em longas linhas ou horas de explicação, simplesmente porque antes mesmo do empreendedorismo estar relacionado a atividades de cunho empresarial, ele, na verdade tem, sobretudo, finalidade social. Se, ao falarmos de atividades empreendedoras, nos limitarmos ao contexto corporativo, perpetuamos um modelo pétreo que mostra o ser humano apenas como o meio para algo e não o fim. É o contrário, o ser humano é que o fim de tudo: é ele que consome, que necessita, que compra, que faz movimentar a economia e através dela, gera impostos para a melhoria do nosso país!
É por causa disso que os milhares de profissionais “qualificados” que são lançados no mercado de trabalho a cada seis meses estão desempregados, eles estão saindo das nossas instituições de ensino, (em particular das nossas universidades), para servir grandes organizações e não pessoas. O resultado disso é o alto índice de desemprego: pessoas que ficam em suas casas (ou em trabalhos totalmente diferentes da sua área de competência) reclamando da vida, das empresas, do governo e de todo mundo. Elas “aprenderam” a querer uma empresa para trabalhar e não conseguem enxergar o bem mais precioso que está à sua frente 24 horas por dia – pessoas!
Quando o profissional é programado para trabalhar apenas em empresas ele é doutrinado a ter visão de cavalo (olha apenas para frente) e por esse motivo não consegue enxergar para as demais coisas que estão ao seu redor. Atualmente (na verdade, já não é nem algo tão novo assim), uma das maiores descobertas que inventaram para as PESSOAS é uma coisa chamada internet e ela chegou para quebrar muitos paradigmas em relação ao mercado de trabalho. Quem se atentar para isso e souber tirar proveito da tal situação, tem uma imensa vantagem competitiva em relação à esmagadora camada da sociedade que ainda insiste em ir a uma empresa e ficar aprisionado por pelo menos 1/3 dos seus dias.
É por esse motivo que o empreendedorismo deve ser desmistificado e mais incentivado por nossas instituições e pela mídia, pois aquele conceito do “empresarial” é apenas resultado do bom trabalho que foi (e é) feito no “social”, junto ao indivíduo, junto às pessoas, junto à comunidade.
Faça, que acontece!