O que filmes de artes marciais têm a ver com faculdade? Bom, a grosso modo, nada, né? Mas eis que eles têm uma coisa muito comum: em ambos os contextos existem o aluno e o mestre. De um lado existe o pupilo, aquela pessoa comum que quer aprender mais, fazer mais, ter mais, ser mais e de outro, o mestre – o detentor do conhecimento necessário para que o seu aprendiz possa ter as diretrizes sobre como conquistar os seus objetivos de forma mais rápida.
O incipiente, alvoroçado e empolgado com as novidades, possivelmente visando apenas o fim da sua jornada, muitas vezes subjuga a necessidade de certos conhecimentos básicos e, não raramente, teóricos. O (futuro) lutador quer adquirir técnicas, golpes e movimentos; o acadêmico, quer ir ao laboratório (ou até mesmo para a rua ou mercado de trabalho) e colocar a mão na massa; o ancião tem calma, o jovem tem pressa.
O início do aprendizado pode ser lento e moroso, mas também pode ser estressante e doloroso. Aos poucos, conforme vai praticando e conhecendo a fundamentação que existe por trás das “coisas desnecessárias”, o aluno vai entendendo que no final, tudo faz sentido e passa dar valor não ao destino alcançado, mas a todo o trajeto percorrido e assim, quando um dia também se sentir apto para repassar os seus conhecimentos, ir mostrando aos seus futuros aprendiz, o passo a passo, tal como fez o seu mestre.
Quando estava na faculdade e no auge da minha imaturidade, eu era um dos alunos que não via a menor necessidade de matérias como sociologia, antropologia e algumas outras, de fundamentação teórica, mas hoje vejo que tudo faz sentido! Não, eu não sou um “mestre”, mas sei que se eu for falar sobre o mercado de trabalho, sob a premissa de estimular o empreendedorismo, não tenho como me omitir de dizer que a ideia de trabalhar por um emprego começou quando a Revolução Industrial (Inglaterra, século 18) simplesmente fez nascer um novo paradigma para os valores vigentes naquela época e que por algum motivo ou outro, continua permeando a nossa sociedade.
Saiba de uma coisa, se você estuda e se qualifica para trabalhar em uma empresa, saiba que você está nada mais fazendo do que os pais dos pais dos seus pais fizeram lá na Idade Média: para ser operário de uma indústria, ou de forma mais geral, para ser funcionário de uma empresa ou até mesmo empregado do Governo. Será que faz tanta diferença assim? Os senhores feudais (donos das grandes terras) enxergaram nas máquinas a possibilidade de fazer mais coisas em menos tempo (mais com menos), tornando praticamente obsoleta a existência do artesão, que era um tanto limitado por causa do seu trabalho “braçal”. Eis aí uma desvantagem competitiva.
Mudando as “regras do jogo” essas companhias tinham mais recursos que o humilde e “solitário” trabalhador, que agora teria que se adaptar ao novo sistema. Assim, elas começavam a recrutar cada vez mais operários, faziam uso da mídia paga para promover seus produtos e, claro, anunciar que estavam precisando de gente para trabalhar ou, em outras palavras, para fazer as suas engenhocas funcionarem e assim, promoverem mais lucros para o empresariado. Portanto, eis a pergunta: será que um humilde cidadão teria condições de fazer isso? Acho que não!
Hoje não é diferente: empresas, com seu poder financeiro, anunciam vagas para captarem mão-de-obra que possam fazer as suas “engenhocas” funcionarem. No entanto, vale lembrar que não estamos mais, necessariamente, na era industrial. Estamos na era do conhecimento e aquele que souber convertê-lo em produtos para oferecer às pessoas e às empresas verá que ser operário não é e nunca foi a única opção para se desenvolver profissionalmente. Eis aí o melhor produto para você vender, lucrar e enriquecer. Eis aí uma vantagem competitiva!
Faça que acontece!