Não pretendo ser polêmico, mas apenas me peguei pensando na seguinte situação: a pessoa precisa de um trabalho e tem, num emprego, a oportunidade de ganhar o seu dinheiro de forma honesta e digna. No entanto, para ser admitida no tal emprego, com a devida estabilidade de um salário fixo, creio eu que ela vai saber das suas atribuições, dos seus direitos e das suas obrigações.
Beleza!
No entanto, se ela, ao aceitar trabalhar naquela empresa (pública ou privada) topou se submeter às tais condições de trabalho – e aqui entra o salário fixo (no qual não vai ganhar nem mais nem menos) – por que fazer então ficar de mimimi com o patrão (ou Governo) que não quer conceder o bendito aumento?
Se ela optou pela ESTABILIDADE, pelo SALÁRIO FIXO, é isso que ela vai receber: a ESTABILIDADE, o SALÄRIO FIXO e ponto final: nem mais nem menos! Quem vai ter que se desdobrar para honrar essa “dívida” é o empreendedor que batalha, dá duro e paga, por sinal, praticamente o dobro para o Governo. Para ela receber R$ 1 mil com todos os seus direitos, o empreendedor é obrigado a pagar praticamente o dobro para o Governo, que além de abocanhar boa parte do salário bruto, também cobra imposto sobre os produtos e serviços pelos quais o tal trabalhador paga e adquire, tanto para suas as necessidades básicas, como para as de outros fins como roupa, viagens, lazer, serviços diversos, etc.
Doutrinado desde criança a trabalhar para os outros, esse trabalhador – muitas vezes até mesmo formado em instituições de ensino superior – não sabe que está assinando, em muitos casos, um contrato que autoriza a sua própria escravidão. Topando cumprir os objetivos e metas dos seus patrões (e não as suas), esse indivíduo chega no “cativeiro” feliz e empolgado, mas não sabe que existe um período de carência para que a chibatadas morais e psicológicas comecem a ser atinadas contra as suas costas (aliás, a sua mente). A média desse período é seis meses, de acordo com algumas pesquisas que fiz junto a alguns colegas empreendedores e administradores de empresas.
A partir do sexto mês as cicatrizes começam a aparecer e a refletir, tanto na qualidade de vida do subserviente como na saúde da empresa contratante. Conforme eu falei no artigo “Contrata-se Escravos”, essas pessoas começam a serem diagnosticadas com algumas marcas bem peculiares de um escravo moderno: vivem reclamando das condições às quais são submetidos, o salário mal paga as contas, todo dia fazem tudo sempre igual, ficam presas e angustiadas no trânsito, não veem a hora de terminar o expediente, de chegar a sexta-feira, de vir o próximo feriado. Além disso, a motivação inicial foi para o ralo: só fazem o que mandam, não veem a hora de ir para casa, se sentem sufocadas, esgotadas, exaustas, frustradas, e assim envelhecem mais depressa, reclamam o tempo todo do corpo, do colega, do vizinho, da vida, da segunda-feira. Quando dão por si, estão condenadas a viverem uma vida sem propósito e sem significado, assim como os seus colegas, que aceitaram se submeter àquela situação de aguentarem calados as suas dores por pelo menos 1/3 do dia.
Portanto, é como eu já disse; “Cuidado, você está ocupado”, ou nesse caso, você está empregado! Pode ser que daqui a um tempo você se sinta em um prego, imóvel, inerte, parado e condenado a viver para sempre, fazendo as mesmas coisas, recebendo o mesmo tanto no fim do mês, já que seu patrão prometeu que você não iria nem ganhar a mais nem a menos. Essa “tranquilidade” que você aceitou se submeter é momentânea e tende a se esvair, principalmente nos tempos de crise, pois as coisas vão valer mais e o seu salário possivelmente não. Portanto, de modo a tentar ser justo, cabe aqui uma pergunta, quem aqui é o seu algoz: o seu patrão ou você mesmo?
Faça que acontece!
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